confesso


Eu te procuro as vezes.
Serio mesmo !
Te procuro nos lugares.
Pela janela do onibus voltando pra casa. Fico esperando que você aparessa em alguma calçada.
Te procuro na tela com computador.
Em cada poligno do meu munitor de LCD , te procuro nas musicas, nos bares, nas ruas.
Te procuro nos sonhos, nos livros .
E quando ouço alguma voz diferente, chego a acreditar que é a sua.
Mas me engando.
Eu espero e espero o dia em que finalmente vc vai aparecer.
Ou talvez eu vá ate você.
Eu espero como quem espera finalmente a verdade suprema.
Te espero e te procuro como um viciado e acido procura o nirvana maximo.
Te procuro e te espero como um fanatico que espera ser tomado pelo espirito santo.
E o mais imprecionante é que não me canso.
Passam-se os anos.
Tudo se releva.
Mas eu so consigo me imprecionar.
Como pode o maior amor do mundo.
Ou pelomenos o maior que eu posso sentir ser justo por alguem que talvez seja só isso: polignos coloridos formando uma imagem. . .palavras. . .

meu mundo é você
mesmo que eu tivesse que caminhar 5 mil km pra te dizer isso
mesmo que eu tivesse que dezistir do alcançavel e de tudo que é real
não dezistiria de você
por que sei que estaria dezistindo da unica coiza em que eu ainda acredito
estaria dezistindo da gente

Balada Para Um Louco


Num dia desses ou, numa noite dessas
você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!

Mescla rara de penúltimo mendigo
e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.
Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,
as flôres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

Ah! ah! ah! Você ri... você ri porquê só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu
te ofereço uma bandeirinha e te digo:

Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.

Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
...talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acróbata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueçi teu coração, e de tão livre, chorarei.

Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!
Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci...
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um... um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ah! Ah! Ah! Ah!...

Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!

desmemorisando


perpetuar em 3 acordes a verdade não torna ela menos dolorosa
seguir em frente quaze sempre termina com uma narigada do muro
e nem sempre do outro lado do muro o futuro nos espera
a vida não é tão parecida com a aquarela do toquinho
bem que eu queria que foçe

pois é meus camaradinhas

num dia você esta debruçado na mesa de um bar babando no que sobrou da comanda com a sua conta de mais de 100 reais
e no outro dia você pode estar acordando dentro de um quarto estranho com um cachorro lambendo a sua boca
as vezes é realmente preferivel não se lembrar de nada
pelomenos serve como desculpa
a memoria em branco é salvadora
as vezes eu gostaria de ser um peixe
com memoria de 15 segundos
assim não me lembraria onde deixei a chave do carro
e nem de onde deixei você

a ultima

sentir a dor de ter que olhar
a lua se por atraz do mar
sentir calor ao respirar
e perceber que não estava lah
senti sua falta em mim
senti sua prezença tão perto daqui
sei do seu cheiro,gosto e cor
ainda sei de tudo que é amor

a falta
alimentada só pela falta em sí
me sobra
uma votade de ter você aqui
eu ate tentei encontrar

algo que pudesse adiantar
mas agora eu sei
que tudo que eu critiquei
é real
irremediavel assim

segui em frente evoluí
seria sempre melhor pra mim
mas de que adianta?
não posso mas dizer que tanto faz

certos acordes não convencem ninguem
mas eu não tenho nada a perder
me meto em coizas que não fazem bem
quando tudo que eu queria era você

certos acordes não convencem ninguem
mas eu não tenho nada a perder
se não for pra ser com você
então é bem melhor não ser

retroceder?

não sou mais o mesmo
entre um passo e outro, algo aconteceu
e de repente eu percebi e me perguntei -que diabos eu to fazendo aqui?-
recorrendo a piadas que agora vejo, são sem graça
me satisfazer com a piedade
quando na verdade o que eu quero
nem eu mesmo sei
acho que vivo sendo protagonista de fins que as vezes nem eu entendo
como se no meu inconciente algo me fizesse sempre escolher o pior caminho
é como diz o Caio Blat naquele ultimo filme dele
"tem gente que simplesmente não nasceu pra ser feliz"
é, eu gosto de desafiar esse tipo de logica
mas as vezes sinto que estou tentando contrariar algo que chega a ser divino
forte como o tempo que passa e eu nem percebo
fico flutuando alterado pelos litros, pelos fino
ate que uma hora eu encareto
e caio
e como doi quando eu chego a quicar no chão
entendo perfeitamente agora
a expreção "cair na real"
mas por incrivel que pareça
perceber a atual conjuntura dos fatos
me faz querer mais ainda exatamente aquilo que eu não tenho
mas agora tenho a desvantagem
de não fazer a menor ideia de como conseguir

e o que tinha se perdeu
no meio de tudo que aconteceu
sobrou só a saudade
um violão e eu
do sentimento que se foi
nas brumas, desapareceu
entre as rachaduras do meio fio
foi quando se percebeu
que tinha tudo ali
e agora ficou assim
sem a outra metade de mim
perdido, procurando
numa busula quebrada
que não indica pra onde ir
na calçada eu faço o som
com meus animais de estimação
sem motivo, sem perdão
ou qualquer motivação
alem da lembrança
que não sai de mim
não sai
não sai



não sai


não

sei lá

Estrelas que não caem nem mudam de lugar
O mundo gira eu sei, mas não sinto, não vejo
Talvez se sentisse o vento
Mas nem isso, nem vento, nem sono, nem cor que faça doer os olhos
Nem mesmo o tempo
Ele corre mais rápido do que eu posso alcançar
E então me pergunto
Se é mesmo o tempo que eu quero alcançar algum dia
Ou se apenas quero que ele pare
E volte
Pro tempo em que nada disso me preocupava
Pra fazer o tempo andar lento 

E a felicidade voltar a jato pra mim
As vezes penso em correr
Veloz antes que o sol se ponha
Antes que fique escuro e eu não possa mais enxergar o caminho
Mas que caminho?
Se estou andando em círculos
Me deparando sempre com os mesmo obstaculos
Esse carrocel de eventos recorrentes
Onde tudo uma hora volta
Menos aquilo que eu mais quero
De tanto girar
Ja estou com náuseas
Ja me sinto tonto demais pra segurar nas redias do meu cavalo de brinquedo e me divertir


Talvez possa dizer que é sorte
Ter te encontrado
Ter vivido com você meus melhores dias
E ter ficado gravado em cada um dos meus neoronios
A sua existencia
A certeza de que você é real
Mas
Talvez seja azar
Ter caido a ficha
Perceber que a vida não é uma perfeita simetria de acontecimentos
Como nos episodios do dr house

Sei que era você
Bom saber
Pelomenos elimina minha velha certeza de que ninguem é perfeito pra ninguem
Mas me deixa mais triste por ter jogado fora algo muito maior que uma “contrariação” das estatisticas
Meu erro maior adimito que foi pensar depos
Seria feliz se permanecesse iludido
O mundo continuaria lindo
Um eterno inverno cheio de neve imaginaria
Basiados e bandas de heavy metal
Foda-se o inverno
Foda-se o heavy metal
eu mergulhei dentro de mim
mas agora voltei a superficie
e descobri que ainda te quero

vivendo a 20 por hora


Onde jogaria esse coração partido
Inutil ate pro lixo
Reciclar seria desperdicio
De tempo e serviço
Trocaria se fosse possivel
Por algo de maior valia
Outra peça pra minha moto talvez
Acho que preciso de um retrovisor novo
Ou melhor
Preciso de um coração novo
Um novo motivo para faze-lo bater
Outro que não seja você
Por hora
Prefiro ouvir a musica e controlar a vontade incontrolavel
de detonar meio mundo
essa metade do mundo que ficou tão mais insuportavel sem você
acho que é assim com todo mundo
se esta escuro
os medos ficam maiores que as certezas
e se me torno inseguro
diminuo a velocidade
e por não acelerar mais
esqueço como era bom sentir o vento no rosto
um retrovisor serviria pra eu olhar pra traz
talvez lembrar como se faz
um coração novo serviria pra me manter vivo
quer saber?
Vou continuar com esse
E sem retrovisor
Se a policia implicar
Eu pago um suborno e meto o pé

É a vida

mais um dia

Atravesso a rua sem enxergar o outro lado
Desceu uma neblina sinistra essa noite
O tempo vai passando a madrugada vai chegando
E a festa se aproxima do final
É o final de tanta coisa que durante algumas horas foram importantes
Mas que amanhã bem sedo vão ser bem menores que a dor de cabeça
Passo pela calçada em frente ao bar onde costumo comprar montila a 14.90R$
A mesma galera jogando sinuca, outros como sempre tomando vodka com fanta em baixo da arvore, outros perambulando sem rumo
Procurando alguma novidade, alguma briga, alguém distribuindo cerveja de graça em alguma esquina ou alguma atriz de malhação perdida
De repente eu a vejo. Não, não é nenhuma atriz
E passo perto esperando que ela me note, ela olha e segue em frente
Um “oi” é mais que dispensável. Eu não vou atrás
Não tenho mais cabeça pra flertar nem pra levar na brincadeira um desses tocos novelisticos de menina de subúrbio
Muito provavelmente esta indo pra casa e também muito provavelmente a senhora de cara amarrada que vem logo atrás deve ser a mão furiosa
Já passa das duas da madrugada
Nunca se sabe que tipo de maníaco pode estar a espreita escondido por traz da neblina
Cheguei onde eu queria, barraca do Bira, baiano gente fina esse.
Marcelo Dedel, Zinho, Vitor, André, Vaguinho e sua inseparável garrafa de 51
Cerveja pra todo mundo
Que se dane se o mundo vai acabar amanhã, me passa meu copo
Ai vem um cara vendendo canecas decoradas. Comprei uma da DEVASSA
Odeio a cerveja, mas o nome é maneiro. Devassa
Eu bebo um gole, mais um gole e outro gole e sem perceber lah se foram 11 latinhas
O suficiente pra me deixar alegre mesmo com a musica horrível e o povo mal encarado
Aliaz, como tem gente mal encarada em conselheiro, alguns com motivo e outros sem nenhum.
To nem ai, depôs de tantos boatos alguns sem o menor fundo de verdade
Eu aprendi a ignorar
Em fim, uma noite feliz
Vi velhos amigos, lembrei de velhas historias, ri de velhas piadas

Para para para

A quem eu to querendo enganar?
Você não estava lah
Não foi tão feliz assim
Nunca vai ser tão feliz assim

OS QUARENTA


Um dia você recebe pelo correio a comunicação de que foi escolhido como um dos Quarenta. Só isso. Você é um dos Quarenta. Não há outras informações. Quarenta o quê? A comunicação não diz.
Você não liga. Deve ser propaganda. Depois certamente chegará um prospecto com ofertas para você, que é um homem de gosto apurado, um homem que, afinal, pertence ao exclusivo grupo dos Quarenta etc. Talvez seja uma coleção de livros ou uma linha de artigos de toalete, a preços especiais para 40 privilegiados como você.
Mas não. Durante muito tempo você não recebe mais nada. Até esquece do assunto. E um dia recebe pelo correio um cartão bem impresso, em relevo, com seu nome seguido da frase “Um dos Quarenta” e num canto o número 26.
Como o primeiro envelope, este não tem nem o nome nem o endereço do remetente. Aí você se dá conta de que também não há carimbo do correio. O envelope foi entregue diretamente na sua porta.
Você fica intrigado. Pergunta a amigos se eles sabem alguma coisa sobre os Quarenta.
- Quarenta o quê?
Você não sabe. Só sabe que é um deles. Ninguém jamais ouviu falar nos Quarenta. Ninguém das suas relações recebeu nada parecido. Você começa a fazer fantasias. Pertence a uma elite, mesmo que não saiba qual. As 40 pessoas mais… o quê? Não importa. Você é um dos 40 mais alguma coisa do Brasil. Ou será do mundo? Há algo que o distingue do resto da humanidade. Por quê, você não sabe. Quem o escolheu? Também não sabe. Mas não deixa de ser uma sensação boa se sentir um dos Quarenta. Nem todo mundo pode ser um dos Quarenta. Só 40.
Você começa a usar seu cartão dos Quarenta na carteira. Quem sabe? Um dia ele pode servir para alguma coisa.
- Você sabe com quem está falando? Sou um dos Quarenta.
Passam-se meses e chega outra informação. Haverá uma reunião dos Quarenta! Você deve aguardar informações sobre local, data, transporte, acomodações…
Sua curiosidade aumenta. Você finalmente vai conhecer a misteriosa irmandade à qual pertence. Quem serão os outros 39?
Mas as informações não chegam. Chega, um dia, um telegrama. Também sem nome ou endereço de remetente. O telegrama diz:
“NÃO VAH REUNIÃO QUARENTA PT EH ARMADILHA”.
É brincadeira. Agora você sabe que é brincadeira. Mas que brincadeira boba e cara, com telegramas, cartões em relevo…
No dia seguinte, toca o telefone. É noite, você está sozinho em casa, e toca o telefone. Você atende.
É uma voz engasgada. A voz de um homem agonizante.
- Fuja… – diz a voz, com muito esforço.
- O quê?
- Fuja! Eles estão nos eliminando, um a um…
- Que-quem são eles?
- Não interessa. Fuja enquanto é tempo!
- Mas eu…
- Não perca tempo! Eles me pegaram. Estou liquidado.
- Quem é você?
- O número 25…
Há um silêncio. Depois você ouve pelo fone o ruído borbulhante que faz o sangue quando sobe pela garganta de alguém. Você precisa saber uma coisa. Você grita:
- Quem somos nós?
Mas agora o silêncio do outro lado é completo.
E então você vê que estão tentando forçar a sua porta.

Luis Fernando Verissimo