Fluente é a língua do burro
Seguro de suas idéias
Com a convicção de que o mundo e tudo a sua volta gira perfeitamente
Conseqüentemente são felizes aqueles que não pensam
Que não se permitem, que não se convencem de que ah algo errado
A doce ilusão é uma mãe generosa
Mas tem vida curta
Como uma rã em um ninho de cobras

Outros preferem encarar a verdade
A realidade de que ninguém é feliz por mas que se considere
A realidade de que sempre falte alguma coisa, por mais que a gente não saiba o que seja
A afirmação triste e desolada por trás de tantas perguntas infundadas e sem ligação umas com as outras

Preferimos ser assim. Distanciar-nos dos vermes
Micróbios , parasitas que se alimentam dos nossos pesares e da nossa tristeza  conformada
Preferimos não sorrir, ser diferentes, Cantar diferente
Ouvir de forma diferente a mesma musica que eles
Preferimos não lamentar, Não chorar os desafetos da vida
Das vidas esquecidas que se vão, sem vestígio algum
Preferimos não pensar em escudos pra nos proteger
Pois que venha a insegurança
E todos os infortúnios que ela pode trazer
Sairemos vivo, intactos, indefesos como entramos
Esperando a próxima onda de desventuras e breves prazeres
Esperamos as coisas acontecerem

Como cubos de gelo derretendo a cada dia
Em gotas de raiva e euforia
Indiferença
Pura e simples indiferença

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